Taverna do Orangotango Esfacelado (mas vivo)
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Um conto de Mago - A Ascensão

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Mensagem por Lienn Qua 4 Dez 2013 - 13:15

Esse conto foi uma parte de uma história de Mago: A Ascensão que eu joguei com meu antigo grupo. Todos os nomes relatados foram jogadores. Espero que gostem. Depois posto a continuação desse arco.


Era uma noite muito escura. Não havia ninguém nas ruas, e apenas o som da chuva podia ser ouvido. Era uma daquelas noites em que a única coisa que se quer fazer é dormir. Mas ela não conseguia. Por mais que tentasse, uma inquietude a afligia. Embora tudo estivesse em paz em sua casa, ela estava com medo. Ela sabia que aquela paz não ia demorar a acabar.

Ela levanta da cama e vai até a sala, onde o seu celular toca. Pensando que era alguma investigação do FBI, ela atende. 
“Não fale nada. Vista o que eu lhe mandei e venha para o endereço que eu vou enviar.”, dizia uma voz que ela conhecia muito bem e que não queria ouvir nunca mais. Obedecendo à ordem, ela se vestiu. Quando estava saindo, sua filha Kate acordou. Muito sonolenta, ela pediu água à mãe e foi logo dormir. 

Mellody decidiu que aquilo não ia acabar com a sua família, e que ela mesma iria terminar com o assunto. Pegou sua velha arma, que sempre a acompanhou, o diamante, seu avatar aprisionado, para alguma emergência e saiu disposta a acabar com aquela ameaça. 

A estrada estava estranhamente vazia e ela chegou a parar o carro varias vezes para pensar. Ela ligou para o seu amigo Adrian e em um de seus maiores acessos de consciência, disse aonde iria e o que pretendia fazer. Não sabia se sairia viva, porém sabia que aquilo deveria ser feito. Faria aquilo por suas filhas.

Na hora combinada ela chegou a um grande galpão. Ela parou o carro, respirou um pouco. Vou ter que quebrar mais uma promessa, falou antes de sair. Entrou no galpão carregando uma mala.

- Steve, onde você está?

 Vários homens apareceram. Eles tinham olhares inexpressivos, e junto deles estava Steve, com o mesmo sorriso de quando eles se conheceram. Steve Faccetti era descendente de italianos que vieram aos Estados Unidos após a 1ª Guerra Mundial. Seu bisavô fazia parte da máfia e logo fez fortuna na Terra da Liberdade. Steve fez parte dos negócios da família e conheceu Mellody por um acaso do destino. Eles namoraram um tempo, mas ao ver as tendências criminosas do seu namorado, ela terminou a relação. 

Ele olhou para Mellody, e ela quase pode sentir seus olhos penetrarem sua alma. O olhar dele ainda a fascinava. Os dois ficaram trocando olhares por alguns segundos e um dos sujeitos que estavam na sala perguntou se eles iriam matá-la.

- Calma! O chefe disse que não era pra fazer nada até que ele chegasse.

- Chefe? – Perguntou Mellody – Então tem alguém por trás disso. E quem é? Por que quer destruir a minha vida? E por que mandar você? 

- Hahaha! Você vai logo descobrir tudo, querida! Mas enquanto isso... Você poderia ir para aquele canto, que nós temos muito que relembrar. Agora, tire esse casaco.

Ela sabia que teria que fazer o que eles mandassem, se quisesse 
conhecer o chefe deles e acabar com todos de uma vez. Ela retirou o casaco e mostrou a roupa de líder de torcida que vestia. 

- Estão vendo? Por mais que pareçam mulheres direitas, elas são sempre as mesmas piranhas. - comentou um dos capangas. 

Mellody observou enquanto todos zombavam dela. Ela tentou se segurar, mas a raiva foi mais forte, e ela sacou a sua arma. Mas antes que pudesse dizer algo, levou um soco na boca do estômago, mais rápido do que conseguia esperar e foi ao chão. 

Tentando ver o que a tinha acertado, ela levantou a cabeça e alguém a empurrou para baixo com o pé. Uma voz ainda mais conhecida soou no recinto. Aquela voz causou uma dor ainda maior do que o soco em si. 

- Desculpem pelo atraso, essa aí faz tanto barulho que eu tive que colocar as crianças para dormir de novo. Você devia fazer menos barulho quando for tentar sair na madrugada. 

- Oi, CHEFE! – Disse Steve. 

- Daniel. O que você... – tentou dizer, sendo interrompida por um chute. – Foi você quem arquitetou isso? 

- E a nossa agente consegue sem mágica. Ela está ficando boa nisso. Agora vamos lá. O motivo? 

- Eu... Não sei. – Duas dores diferentes começavam a corroer sua mente. 

- Ahhh... E eu que pensei que ela conseguiria novamente. Agora me entregue o seu avatar. – Retrucava Daniel com a voz mais amorosa do mundo, voz aquela que sempre aquecia o coração dela. Mas dessa vez foi diferente. Dessa vez tudo que ela sentia eram confusão e medo. 

- Meu Avatar??? Então era você que tentava me fazer um Gilgul e absorver meu Avatar. Isso será algo que nunca vai ter. Prefiro destruí-lo a entregar para você. 

- Mesmo com as vidas de nossas filhas em perigo? Esses homens não se preocupariam em matar duas crianças, amoreco. Eu aconselho não fazer nada estúpido e todos saem felizes. Você com nossas filhas, eu com o seu avatar e Steve cheio da grana.

- Eu vou acabar com todos de uma vez só, com uma bela explosão. Não vai haver nenhum traço das suas existências miseráveis. 

- Tente. 

- Não me mande fazer isso, Daniel – lágrimas caíam do rosto da mulher. Ela estava visivelmente perturbada – você sabe que eu sou capaz de fazê-lo. 

- Como você mesma disse à sua irmã. A mágica requer concentração. E desse jeito você acha que é capaz de matar o amor da sua vida. 
Ela tentou se concentrar por um tempo que pareceu uma eternidade. Tentou se concentrar em matá-los, mas ela simplesmente não podia. Ela não era capaz de matar o homem que amava, e sabia disso. Então ela percebeu o que deveria ser feito. Pelas suas crianças, ela deveria sacrificar tudo. 

- Eu não posso matá-lo, isso é verdade. Porém existe algo que eu posso fazer, e que você não pode deter. Eu vou acabar com as suas esperanças de pôr as mãos no meu avatar. Eu irei escondê-lo, e só a minha intenção, minha verdadeira vontade de achá-lo fará com que ele se mostre. – Ela disse isso e arremessou o seu diamante para cima, que brilhou forte antes de sumir – Você perdeu, Daniel. Agora podem fazer o que quiserem comigo que eu não irei resistir. Se vocês me matarem não irão conseguir o que querem. E se mexerem com minhas filhas é aí que não verão o avatar, em hipótese alguma. 

Ela se levantou, esperando o primeiro soco. Ele não demorou muito. Uma sucessão de socos e pontapés se fez presente, e ela estava quase desmaiando quando ouviu Daniel dizer “Você vai ter uma surpresa e tanto, querida.” Antes deles irem embora, Daniel falou algumas palavras em um idioma estranho. Ela se lembrava daquele idioma. Era usado em cerimônias Nefandi. Tudo agora se encaixava. Para quem ele trabalhava. Tudo. 

Ela tentou com toda a sua força de vontade ir se arrastando para a porta. Quando chegou, avistou Adrian, que finalmente a havia seguido. Ele ao percebê-la corre em sua direção: 

- Idiota! Você está... Atrasado... Como... Como sempre. – Falar era difícil. A respiração era pesada, e seu peito chiava um pouco. Possivelmente havia quebrado algumas costelas 

- Eu sinto muito... Se... – Adrian já sabia o que iria acontecer. Ele podia sentir em sua pele que sua missão havia acabado e que ele havia falhado. Ela estava morrendo. 

- Não sinta, se eu tivesse percebido mais cedo talvez isso não tivesse ocorrido. Cuide... Das minhas... Filhas... Por favor. Elas não estarão... Seguras com... Meus pais. 

- Tudo bem, não fale. A ambulância já está a caminho. Descanse. 
Ela fechou os olhos e sentiu-se confortável, como se estivesse em sua cama. Abriu os olhos e percebeu que realmente estava em sua cama. Será que havia sido apenas um pesadelo? Mellody se levantou, ainda em dúvida, e foi para o banheiro. Estranhou algo na casa, mas não sabia dizer exatamente o que era. No caminho, uma de suas filhas, Sarah, também estava acordada. Ela olha pra Mellody. 

- Você sentiu isso, Kate? Aconteceu algo com a mamãe, e o papai não vai voltar. 

Kate? Mellody não conseguiu entender e correu para o espelho para descobrir o que acontecera. Ela tomou um susto ao ver o corpo de sua filha. Percebeu que aquilo não foi um pesadelo que havia acabado quando ela acordou, mas sim um que havia acabado de começar.
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