Os Seres da Noite -- Capítulo 3

-- Que lugar de flores? Está louco? Acabamos de receber uma multidão ensandecida, ontem enfrentamos lobisomens e o anão cometeu suicídio... lugar pacífico?

-- Fiquem calmos, eu vou me pronunciar ao povo e logo isso será resolvido. -- Falou o Rael levando a mão até o ombro do Oruk. -- Eles apenas tem medo do desconhecido. Pois esta terra tem muitos perigos, então qualquer coisa estranha voando por aí causa medo.

-- O mestre é muito querido pelo povo, ele vai conseguir acalma-los. -- Falou Bast.

-- Mas cuidado ao voar por aí. Há muitas criaturas que poderiam lhe derrubar sem o menor esforço. -- Alerta Rael.

Rodada 1:

Abaddon se pôs em posição ataque e deu duas estocadas, com o objetivo de ver se sua adversária era só falação. O primeiro golpe ela deu um salto para o lado, e o segundo Abaddon acertou o chão, levantando poeira na roupa da paladina, que parou o movimento para limpar-se.

-- Nada mal garotinha, achei que era só falatório... – Disse o anjo enquanto preparava sua arma espiritual

Rodada 2:

Uma lança prateada surgiu e voou rapidamente em direção da paladina, acertando o braço esquerdo dela. Surpreendida, Lenneth saltou por cima de Abaddon, aproximando o suficiente para desferir um soco poderoso o suficiente para a armadura do anjo se curvar ante o golpe, e Abaddon colocar pra fora todo o desjejum.

Rodada 3:

Rael ao ver o início do combate colocou a mão em uma bolsa de couro que fica pendurada na lateral do seu corpo. Retirou de lá um saco e um cristal. Colocou o cristal na parte de cima do seu cajado, e jogou o pó banco em cima do cristal transparente.

-- Que as luzes reflitam nesse cristal, encantando e paralisando vocês como o sol. -- Disse o prefeito no profano idioma Infernal.

Uma esfera de luz ficou entre as duas combatentes e Abaddon ficou paralisada. Ela finalmente pôde sentir o estrago do golpe da sua adversária. Sentia várias costelas quebradas e dificuldade de respirar.

Lenneth, que não foi paralisada Olhou descontente para o prefeito, claramente opondo-se ao uso daquelas palavras.

-Nao entendo a interrupção do duelo, Senhor Rael. A garota aí trata tudo e todos com desprezo se dizendo imortal. Vejamos se ela consegue bancar a extrema arrogância.

-- EU prefiro evitar que elas criem um caos dentro da minha casa. Se forem brigar, façam isso fora dos limites da cidade. As pessoas daqui não suportariam a energia dispensada por vocês durante a luta. -- Falou Rael mantendo a concentração na magia lançada.

-- E vocês destruindo a cidade, seriam ainda mais hostilizados pelos habitantes desta terra. -- Complementou Bast.

Abbadon sente a frustração de perceber o quanto o anjo cinzento tirou dela. O faria pagar, faria com que pagasse pela humilhação que sentia, recuperaria suas forças nem que pela força de seu ódio.

Abbadon fechou os olhos acessando todo o dano e o quanto havia sido tirado de sua força.

--Caso não tenha percebido, prefeito, você já parou a luta... me solte para que possa recuperar meu corpo.

-Lady Lenneth. Que planos iremos seguir pra sair dessas terras amaldiçoadas?

-- Bem. Já que a luta parou, posso parar com o feitiço. -- Rael interrompe a concentração e o globo de luz se desfaz. -- E se quiser eu posso olhar seus ferimentos.

-- O mestre é ótimo com plantas e poções. Ele é capaz de curar qualquer coisa. -- Bast fala em tom informativo.

-- E sobre o que faremos hoje senhor Oruk. Vou lhes mostrar a cidade e explicar mais das ideias que tenho sobre o livro que achei. Prefiro não contar as coisas dentro da dos muros, pois neste reino, paredes tem ouvidos. Dentro da floresta é mais seguro. -- Fala em tom sereno. -- Mas posso adiantar que eu aqui servirei de suporte, a final vocês não conhecem nada sobre o local. E quem sabe após entendermos o motivo pelo qual foram vocês que o feitiço trouxe, consigamos enviar-lhes para suas terras. Isso serve para todos senhorita Lenneth e senhor Kyoto. -- Completa o raciocínio olhando para o casal e ameaçando sorrir.

Áudio:

Abbadon recupera o equilíbrio como pode e põe as mão sobre seus ferimentos. Ignorando as ofertas de ajuda ditas pelos outros ao seu redor, começou a entoar uma antiga canção celestial que aprendera com seus mestres, a canção em língua antiga ressoava ao seu redor. Ao final, Abbadon podia se sentir revigorada, como se nunca houvesse sido ferida em primeiro lugar.

Aquelas canções eram entoadas pelos anjos de guerra para manter as tropas em perfeita condição a todo momento.

O anjo olhou então para sua adversária -- Devo admitir que você até luta bem, pirralha -- Disse com um sorriso no canto dos lábios.

-- É apenas uma canção do meu antigo povo... -- Disse ligeiramente embaraçada pela atenção -- De qualquer forma, vamos andando já perdemos muito tempo.

Abbadon fez movimentos circulares com seus ombros, sentindo um vazio estranho onde sabiam que deveriam estar suas asas.

-- Sinto por ter usado força demais... -- Disse a Lenneth olhando Abaddon. Em seguida, olhou Rael nos olhos -- É rude parar um duelo esportivo entre duas pessoas. E é ainda mais rude falar tal idioma nefasto, senhor Rael. Mas, como estamos em terrritório inexplorado por nenhum de nós, melhor ouvirmos o que tem a dizer. -- Terminou a paladina voltando para dentro -- Venham, tem bolo pronto. Bolo e chá...

-Senhorita lenneth, nós acabamos de comer, você realmente acha necessário? Você poderia simplesmente guardar um pouco e levar consigo para comer mais tarde.

Após a fala, Oruk segue para dentro, arruma suas poucas coisas, pega seu arco e volta a cozinha.

-Estou pronto para partimos, como eu falei antes, quanto mais tempo passamos aqui, pior o povo se sente e talvez ate traga uns problemas para o sr prefeito, então... vamos?

-- Vamos andando, melhor que esperar mais... Pirralha, leve o bolo consigo para termos o que comer na viagem, não acho que vamos voltar aqui tão rápido depois do prefeito nos explicar tudo. Depois de quase dois dias de seus mistérios e redirecionamento de conversas, sinceramente espero que nos dê uma explicação decente.

Abbadon coloca sua bolsa e lança nas costas e se dirige para o portão em direção a floresta, parando e olhando por cima do ombro.

--Andem, não temos o dia todo.

Oruk se põe a caminhar ao lado abbadon, mas quando chega perto dela, ele diz:

-Nós iriamos ter um pouco mais de tempo se não tivessem perdido tempo com aquela lutinha, mas foi um bom show, porem não podemos mais ter distrações desse tipo. Sinto que a partir de agora, qualquer deslize pode resultar na morte de qualquer um aqui.

-Pude perceber que você não é a pessoa mais simpática entre os outros, não sei oque aconteceu com você no passado para ter se tornado esse tipo de pessoa, mas eu peço-lhe com toda a minha sinceridade, tente ser um pouco mais cooperativa e evite de ficar discutindo com aquela garota,ela é do tipo que não muda a forma de pensar e agir nem em momentos de morte.

-- Quem me chamou para lutar foi ela, e se ela é do tipo que não muda como pensa ou age, devo lhe avisar que somos duas... E honestamente não sei do que esta falando, sempre fui dessa forma. -- Disse empinando o nariz.

-- Esse é o motivo porquê eu geralmente trabalho sozinha ou atrás aglomero subordinados aos meus pés. Particularmente não me importa que ela não concorde, não vou me curvar aos caprichos dela, boa oponente ou não. -- Disse o anjo de forma obstinada.

--De qualquer forma, o prefeito e seus mistérios já estão enchendo minha paciência...

Lenneth olhou para a discursão dos dois e seguiu o grupo para a floresta. Aquele não era o lugar para conversar essas coisas. Num momento, começou a cantarolar algo num idioma oriundo do seu mundo. Algo que era relevante apenas a ela.


Passaram pela floresta até chegar a um local bastante afastado. As folhas de outono caiam no chão e o frio já chegava a incomodar a todos. Cheiro de folhas molhadas se decompondo preenchia todo o lugar e não era possível ouvir nenhum barulho nos arredores.

-- Eu ainda estou aqui porque o prefeito está nos oferecendo um lugar para ficar e eu poderia matar uma coisa ou outra para treinar. Sei que devem ser apenas baboseiras do menino lobo, mas odeio mistérios inúteis. -- Disse o anjo num suspiro.