Os Esquecidos - Capítulo 2

TODOS - TARDE ALTA - LOCAL DESCONHECIDO

AUDIO:

Já era tarde alta quando todos acordaram. A dor de cabeça forte como uma ressaca absurda consumia a todos. Era algo completamente diferente de tudo o que já experimentaram e cada misero giro dos olhos era motivo para preparar vômitos. Se mexer era algo ainda pior. O que comeram queria sair junto com as entranhas.



Uma igreja velha de pedra com os poucos bancos que sobreviveram aos anos. Plantas cresciam no local e o cheiro úmido de fungos estava por todo lado. Ao redor, figuras completamente desconhecidas umas das outras. Havia apenas um homem que acariciava um lobo e contemplava enquanto rezava.

-- Se ficarem quietos um pouco, vai passar em breve. – Disse o sujeito – Mover é pior que a morte. Não que ela seja uma coisa ruim... – E voltou a devanear.

Enquanto aguarda seu corpo e sua mente voltarem ao normal, Varric tenta em vão se lembrar como chegou aí. Após as coisas normalizarem o mínimo, ele se senta e avalia o local ao redor. Imagina que não está em perigo imediato, mas nunca se deve dar chances demais para o azar.
Assim que possível ele irá avaliar todo seu equipamento e itens, em especial as duas pistolas. E irá pegar um pano para lustrar elas, enquanto faz a sua ação .

AÇÃO:

Áudio:

A sua cabeça parecia que ia explodir. Oruk, ainda confuso, não consegue entender como ele foi parar ali. Suas memorias não eram muito claras, ele consegue lembrar de demorar 5 dias para chegar em Northville, fazer uma pequena pausa em uma estalagem e de la seguir para a igreja, avistando vários aventureiros pelo caminho...

"Pelo visto o taverneiro estava certo sobre o recrutamento" Pensou. Só então entrou na grande catedral... Borrão .... um cheiro doce no ar, um ambiente carregado de energia pesada e oque aparentava ser um Clérigo de costas falando algo... Mais um borrão... Pessoas tentando correr desesperadas, varias caindo desacordadas no chão. Ele também tentara correr, porem diferente dos outros que tentavam fugir, ele avançou em direção do clérigo, seu corpo parecia pesado, a visão ficou turva e a ultima coisa que consegue se lembrar é o rosto do tal clérigo.



"Uma armadilha... eu deveria ter desconfiado, mas porque? oque será que eles estão tramando sequestrando tantas pessoas? tenho que arrumar logo uma maneira de sair daqui" Pensou

Ainda enjoado e ignorando completamente as palavras do homem que acariciava o lobo, Oruk senta-se, da uma olhada rápida pela sala procurando por seu machado e por uma possível saída daquele muquifo, alem de avaliar os outros que estão com ele para saber se o mesmo corre perigo ou não.

Ação:

Abbadon abriu os olhos lentamente, confusa e com dor por todo o corpo. Ao ouvir a voz de um homem vindo de algum lugar por perto, sentiu o seu coração saltar e tentou mover sua cabeça, sendo atingida por uma onda de náuseas. Decidiu dar ouvidos as palavras do sujeito estranho, afinal, parecia ser sua única opção.

Tentou lembrar de seu encontro com o anjo cinzento, retendo todos os detalhes que podia a memória, encontraria aquela criaturinha nojenta e se banharia com seu sangue e tripas, o pensamento a fez estremecer em antecipação... Mas tudo a seu tempo, sabia que no momento não conseguiria realizar seu desejo, então aproveitaria a oportunidade que lhe foi dada, ficaria mais forte. Afinal, seus séculos a espera da rebelião contra o reino Celestial lhe mostraram exatamente o quão paciente ela podia ser.

Passou algum tempo distraída rindo para si mesma, enquanto esperava aquele maldito enjoo passar.



Passado o pior do enjoo, se sentou limpando a terra e poeira de seus cabelos e roupas. Se o Anjo Cinzento disse corretamente, ali eram as Brumas, não conhecia muito sobre o lugar, mas sabia que seria perfeito para se divertir até chegar a hora de sua vingança.

Ainda em silêncio e de forma discreta, murmurou algumas palavras inaudíveis e passou a observar lentamente todo o entorno da sala, atenta a qualquer movimentação suspeita, ou som estranho ao seu entorno.

Ação:

-- Boa tarde. Sejam bem vindos a Vallaki. - Mormurou o homem alto com mantos cinzas, em vários tons, lembrando a pelagem de um lobo. -  Eu sou Rael, e vocês estão no nosso templo. - Apontando para todo o pessoal que os circundam.

Começo a caminhar em direção ao que parece um altar apoiando-me em meu bastão e sendo acopanhando pelo lobo que fareja os recém chegados e fala:

-- Mestre Rael, tem certeza que são eles? Um deles parece e cheira como... - Novamente mexe o focinho em direção aos recem chegados. - Guerreiro sagrado.

Som ambiente:

Varric termina de olhar atentamente para o local e chega a conclusão de que não há problemas imediatos. Como já havia organizado seus pertences, ele apenas se vira para o tal Rael e se dirige a ele em tom um pouco preocupado.
-Boa... (Confere rapidamente) tarde, Rael. Me perdoe a indelicadeza mas não tenho a menor ideia de que lugar é esse, menos ainda como vim parar aqui. Minha última memória é de estar em um templo, mas muito diferente deste aqui. Você conseguiria me dar mais informações neste sentido?

Abbadon olha de soslaio para os dois únicos seres que não pareciam ter chegado ali naquele momento, pouco se interessava pelo homem que os cumprimentara, mas olhava com um fascínio disfarçado nos olhos para o lobo. Já havia visto antes animais com características mágicas, mas não importava quantas vezes os visse, achava aquilo fascinante.

Ouvia atentamente a conversa dos dois homens (e o lobo) até aquele momento, para captar alguma informação útil. O estranho que parecia ter acordado a pouco assim como ela parecia relativamente tranquilo, devia ter feito uma busca rápida no local, ou era um grande idiota que colocou na cabeça que ficaria tudo bem. Ao pensar isso, deu um risinho baixo de deboche.

Abbadon tocou discretamente em seus pertences, se certificando de que tudo estava em seu devido lugar. Ao não dar falta de nada, apenas tornou a observar o local sem proferir palavra alguma.

"Droga,guerreiro sagrado? será q isso está ligado ao incidente daquela pequena vila? era sobre esse tipo pessoa que o taverneiro me alertou?... Eu não estou seguro aqui."

Se Oruk ja estava preocupado com sua segurança, depois da fala do lobo essa preocupação aumentou exponencialmente, pelo visto ele não era bem vindo naquelas terras, alem de "um deles cheira a guerreiro sagrado"? isso quer dizer que outros provavelmente sejam pessoas que não pensariam nem duas vezes em entrega-lo para salvar a própria pele,principalmente aquela mulher, ela não transborda um sentimento muito bom, algo no amago de seus instintos dizia para ter cuidado com ela. Então com um raciocínio rápido, aproveitando-se da fala do pequeno homenzinho que tomara iniciativa na fala, Oruk diz olhando para o lobo:

"HAHAHAHAHAHAHAA, a unica coisa sagrada que sinto aqui é a vontade de comer uma bela carne de carneiro assada. Perdoe-me pela minha inconveniência, mas o senhor se importaria de nos falar onde estamos? "

-- Um guerreiro sagrado? Isso é póssivel? Eu fiz exatamente como o livro mandou. Os símbolos no chão, os cânticos, é solstício de inverno e todos os itens que o ritual descrevia estão alí. A invocação tem que ter dado certo. - Direcionando-se ao altar, ele folheia um livro de aparencia antiga. -Tem que ser eles! Está tudo certo... - Olha ele novamente para o livro com ar de questionamento.

-- Aqui é Vallaki, na Barovia, estamos ao sul do continente. - Responde ele sem tirar aos olhos do livro.

-- Terras do Conde Strahd von Zarovich. -Complementou o lobo.

"Aparentemente ele não me queria aqui... será que devo avisa-lo que sou esse tal guerreiro? se bem que deve ser meio obvio, a garota usa uma lança, mas nem de perto ela é sagrada, o pequeno homem estava limpando duas armas, provavelmente algum tipo de atirador..."

Oruk tenta levantar-se, o enjoo ainda o incomoda e gira sua cabeça, então para não ir de cara no chão, ele apoia-se no seu machado ,"dejavu, usando meu machado de bengala 2 vezes em menos de uma semana, quem diria.", e diz:

-Onde estamos? Valkary? n entendi muito bem... AO SUL DO CONTINENTE? kkkkkkkkkkkkkkk isso é impossível, ontem mesmo eu estava em northville, no extremo norte...

---Pausa pra respirar e não colocar oque sobrou no estomago para fora----

-Se você realmente nos "invocou" aqui, qual seu intuito? oque quer conosco?

-Vejamos, vejamos. Permita-me recapitular... A julgar pelas nossas marcas no chão - Varric olha novamente com atenção para onde ele estava - Estamos aqui há pouco mais de uma hora. Nenhum pertence nos foi tirado, pois eu chequei e vi os outros checando, também não estou sentindo nada estranho além dessa maldita dor de cabeça, significa que provavelmente não sofremos nenhum mal imediato.
Ele dá uma pequena pausa pra se concentrar melhor.
-Fomos invocados, pelo que deu pra entender, então seria ilógico nos causar algum mal injustificadamente, principalmente depois de todo o tempo que ficamos vulneráveis... Aliás... - Ele se vira para o grandão e dá uma leve coçada na barba e depois olha bem rapidamente para a mulher que ficou mais pra trás. - Varric Tethras. Da cidade de Markarth.
Novamente ele olha para o rapaz com o lobo e pergunta:
-Mas afinal, qual o motivo de nos ter invocado? E por que nós, especificamente?

"As palavras do pequeno fazem sentido, estamos aqui a um certo tempo ja, se fosse para ocorrer algo certamente ja teria acontecido. Vou tentar me acalmar, o grande Gwynharwyf sabe oque faz e me protegerá, então que sua vontade seja feita."

--Prazer Tethras, chamo-me Oruk, prove-se digno e então tanto eu como meu machado estaremos a sua disposição"

--Você disse que se chamava Real não é? oque você quis dizer com "tem que ser eles?"

-- Quando o mestre entra nesse livro não sai mais. - O lobo começa a se direcionar a vós. - Chamo-me Bast, sou o parceiro dele. Vejo o mestre a dois invernos com este livro, fala sobre uma profecia. Pelo que o pude ler, vocês deveriam carregar consigo algo que salvará este reino de um grande mal.

-- Após a explicação de Bast, Rael fecha o livro e volta a olhar para vocês. Retira o capus, revelando os olhos em um castanho claro, barba e bigode em seu rosto bem desenhados pareciam emoldurar estes. Além dos longos cabelos escuros assim comos os pelos de sua face.

Abbadon olhou o homem bárbaro dos pés a cabeça e não conseguiu conter a cara de nojo, aquele imundo parecia com os velhos alcoólatras com que via nas tavernas quando passava pela cidade em busca de informações. Ás vezes chegava a matar um ou outro por diversão quando era mais nova, mas parou quando percebeu que o nojo que sentia ao limpar respingos de sangue dos vermes era maior que a satisfação que vinha quando lhes arrancava fora o coração.



Ela se virou para o lobo, que parecia ser a única criatura digna de uma conversa e falou:

-- Poderia me falar mais sobre essas terras e o Conde Strahd von Zarovich? -- Disse em voz macia.

-Oruk, sou um aventureiro que gosta de preservar as boas vizinhanças. Haja com honra comigo e terás o mesmo como resposta.

Ele se vira para o lobo e seu mestre.

-Rael, Bast. É um prazer, acho. Mas acredito que há algum equivoco aqui. Apesar das minhas atitudes penderem para ações benignas, eu não acredito estar em posse de nada que possa acabar com maldade por aí. Exceto é claro da Lady Bianca e Lady Erika. - Neste momento ele apenas aponta para as duas pistolas em sua posse.

-Já não posso responder pelos demais, claro.

-- Baróvia fica nos Montes Balinok. Durante os longos invernos e mesmo no fim da primavera os cumes permanecem cobertos de gelo e neve. Os dois picos mais altos, Baratak e Ghakis. - Responde Rael, de forma calma e clara. Apois isso ele pega um frasco com um liquido, andando até Bast, molhando as mãos, colocando uma sobre seus olhos e os do seu parceiro. - Vamos verificar uma coisa. - Troca o idioma para infernal, faz um gesto simples com a mão e recita: Abra a ação caso entenda.

Ação:

--Vê mestre, há magia sagrada no homem. -Coloca Bast ao abrir os olhos, agora púrpura.

Era estranho, Oruk nunca tinha ouvido falar do nome de sua terra natal,não era de importância, afinal ele nunca havia saído daquelas terras. Porem a situação mudara, mesmo sem entender nada que o homem havia dito, ele sabia que aquilo travava-se de magia, ja tinha visto coisa parecida.

"Oque fazer? não tenho condições de avançar... muito menos fugir, mesmo que eu consiga correr a criatura me alcançaria... mesmo que eu a matasse n sairia ileso... ENJOO INFERNAL. Não me resta alternativa.

-Não há necessidade disso. --- Solta o machado apoiado no chão,retira o capacete e coloca embaixo do braço esquerdo enquanto leva sua mão direita ao peito, para so então orgulhoso dizer. --- -Como eu disse, chamo-me Oruk Guardstone, trilho os caminhos do Grande Gwynharwyf, e da mesma forma que ele, levarei minha fúria a todos que ousam profanar essa terra e trazer sofrimento a inocentes.

Rosto do Oruk:

-Alem do mais, Feiticeiro, Você disse que carregaríamos algo capaz de salvar essa terra? Vejo sinceridade em suas palavras, mas não consigo acreditar. Porem,por seguir os ensinamentos de Gwynharwyf, tenho certeza que poderei ajuda-lo.

--Senhor Oruk. Mantenha a calma, não pretendo fazer-lhe nenhum mal. Apenas quero entender o que ocorreu com o meu ritual. Segundo meus estudos ele foi feito de forma correta. - Coça a cabeça e seus olhos, também púrpuras, se movimentam como se buscancem informações em sua mente. - Fico grato que esteja disposto a prestar seus serviços. E o equivoco é comum, mas não sou um feiticeiro. - Ri contidamente.

-Pois então, meu nobre... Você tem aí um... "Bárbaro-paladino" ou seja lá o que for, com todo o respeito claro... Mas eu não tenho sequer uma divindade ou entidade em que deposito minha fé, quiçá algum aspecto sagrado. Se me permite a ousadia, o que "exatamente" deveria acontecer nesse ritual? Deveriam ser invocados seres celestiais? Um avatar de uma divindade? Ou o resultado é esse mesmo, um bando de aleatórios de todo o continente?

A nova informação fez com que Abbadon visse o guerreiro de forma diferente, conseguia entender o porquê ele estava nervoso antes, mas isso não diminuía a irritação que sentia ao vê-lo. Voltou-se novamente para Bast:



-- Certo, mas ainda gostaria de saber quem é Conde Strahd von Zarovich? Eu fui enviada as Brumas por aquele maldito Anjo Cinzento -- As feições dela se enrijeceram e se colocou em posição de ataque -- tem algo a ver com ela? -- Falou alternando seu olhar entre os dois seres de olhos arroxeados.

-Perdoe-me pela afobação-- Oruk ja tinha se acalmado um pouco mais.--Mas tente entender meu lado... na verdade, acho ate que tenho que lhe agradecer, você deve ter salvo a minha vida com esse seu ritual... por falar nisso, como não és um feiticeiro? tens uma besta falante que o acompanha, realiza magias e rituais... se não um feiticeiro, oque tu és? e como poderei chama-lo?

-- Muitas perguntas, vou responder a todas. Mas fiquem calmos, ainda devem sentir os efeitos do ritual até o final do dia. - Rael vira-se para as outras pessoas locais e anuncia:

-- Agradeço a todos pelo feito de hoje. Está próximo do escurecer, então dirijam-se as suas casas com segurança. -Acena a todos que retribuem a reverência.

-Senhora, talvez o mestre seja a pessoa mais indicada para responder seus questionamentos. Apesar de mais inteligente que a maioria, eu não sei tanto quanto ele. - Responde Bast as indagações de Abbadon.

Por sinal, quem é você pequena?--- Oruk dirigia-se a mulher que ate o momento apenas interagia com o lobo. --Todos nós fomos apresentados, menos a senhorita... poderia nos dar a honra de se apresentar e nos falar um pouco mais sobre esse tal anjo?

Os instintos de Oruk quase gritavam em seus ouvidos falando que alguma coisa ainda estava errada, tinha sido tudo muito oportuno... porquê acreditar nas palavras daquele homem? Por trabalhar com alguns mercenários, as vezes, Oruk sabia que seres humanos mentem para alcançar seus objetivos. E os outros na sala? ele ainda não tinha garantia de que eram boas pessoas, principalmente essa mulher que ate o momento não interagia nem se apresentara a nenhum deles, então como modo de garantia, aproveitando-se que ele é oque está mais atras do grupo, tendo visão de todos os integrante, Oruk decide ver a maldade no coração de cada um eles. Então quase como um sussurro, Oruk fala em Gol-Kaa, enquanto leva sua mão direita a um de seus olhos.


-Oh Gwynharwyf, abençoe a visão desse mero mortal, pois desejo ver os pecados que maculam o coração desses homens.

Logo apos proferir essas palavras, os olhos do guerreiro brilham em um tom dourado.

Ação:

Abbadon respirou fundo e encarou o lobo:

--Eu honestamente prefiro tratar com animais limpos que mortais sujos, mas por ser seu mestre, ele deve ter algo especial... Pois bem, "Rael", se importaria de me responder sobre o Anjo Cinzento? -- Abbadon sentiu que nenhum deles parecia ter intenções de se virar contra ela, mas caso atacasse, estaria em desvantagem.

Virou-se então para o homem que levou a alcunha de "Velho bêbado" em sua mente, ligeiramente surpresa por sua estatura elevada. Em um movimento rápido aponta sua lança na direção da garganta do guerreiro:

--Me chame de pequena novamente e corto sua língua-- Praguejou e baixou a arma -- Abbadon, quero saber se esse tal Rael conhece aquele anjo maldito que me jogou para as Brumas.