Os Esquecidos - Capítulo 2

-- Ryoto Yamamoto. Filho do Mestre nas artes marciais, Kyoto Yamamoto. Membro sênior dos aventureiros de Arton e segundo chefe da guarda de Lady Donavan. Eu estava em processo de investigação acerca de um sacerdote do Deus louco Nimb e quando eu o achei ele conduzia um ritual de invocação que usava como catalisadores, objetos pertencentes a senhorita Lenneth. Segundo ele, por conta de sua forte energia sagrada.

Ele parece bem incomodado ao chegar nessa parte da história, a voz dele carregava uma certa culpa, talvez por não conseguir impedir o ocorrido.

-Algo saiu completamente errado, talvez a fúria do Deus louco ou a incompetência do sacerdote... Eu e o maldito fomos arrastados e acredito que a senhorita deve ter vindo junto como efeito colateral M'Lady. Pelo pouco que pude investigar antes de encontrar a senhora, não estamos mais em Arton, mas ninguém quis conversar muito sobre nada por aqui.

--Uh, incompetência de sacerdotes? Soa familiar... -- Cantarolou Abbadon enquanto sorria na beirada de sua xícara de chá -- Falando se sacerdotes... Rael se importa de me responder as perguntas que te fiz desde o momento que nos conhecemos? O que conhecimento sobre o Anjo Cinzento? -- o anjo atentou para qualquer tipo de reação do garoto lobo.

Ação:

-- Não acho que seja o mesmo, mas meu irmão matou um Anjo Cinzento -- Respondeu Lenneth dando um gole no chá -- Uns tais de Ceifeiros. Nós matamos todos.

-- Provavelmente não é o mesmo, esses filhos da puta fazem parte de uma das classes de anjos... Por que mataram os anjos? e se não se importa... como eles eram? gostaria apenas de ter certeza. -- Disse o anjo relaxando com o sabor morno de chá descendo sua garganta. -- E a quanto tempo isso ocorreu? Se não se importa...

Existia uma possibilidade de que ao ser transportada para as Brumas, que o tempo espaço houvesse se contorcido, o que significaria que pode ter sido dias para a nobrezinha mas milênios de diferença para o presente desta terra.

-- Que fixação com esse anjo. É algum tipo de paixão reprimida? -- Fala Rael enquanto ameaça rir. -- E eu não sei de nada sobre isso. E sobre erros de sacerdotes, conheço muitos que erram. Porém a experiência leva a perfeição. Eu mesmo com poucas informaçõs, e um livro antigo fiz o que fiz hoje. Imagina com o livro em perfeito estado? -- Continua ameaçando sorrir.

E você Srta. Donovan, ainda não respondeu os meus questionamentos. -- Virou-se Rael enquantot olhava intensamente para a joven Lenneth.

--Claro, seria parte da minha paixão encubada poder depenar aquela galinha cinza super desenvolvida e fazer um casaco... magnífico! -- Abbadon dá palmas o olhando com um ar de sarcasmo.

--Esperem, esperem. Essa historia de anjo é real mesmo? ceifeiros? Donavan? FILHA DE DEUSES? oh meu lorde, onde que eu vim parar?

Oruk realmente estava incrédulo com todas a novas informações que ele acabará de ouvir, era surreal como coisas que ele apenas ouvirá em historias poderiam estar ali na frente dele, em carne e osso.

-- É mais simples do que parece, meu caro gigante tapado, existem vários mundos, então a probabilidade de algo que você ouviu ser a realidade de um outro mundo é bastante alta -- o anjo deixara o seu chá de lado em favor de limpar em baixo de suas unhas, hábito que adquiriu com seu mestre, que sempre parecia tentar limpar um sangue inexistente de seus dedos.

-Isso foi bem rude de sua parte pequena, acredito que alguém que fraqueja em combate, da mesma forma que você fez, não devesse ser tão arrogante e falar dessa forma. Ou talvez seja apenas uma forma de tentar passar a impressão que você seja mais do que realmente é.

-Alem de que, não foi você que estava reclamando que a garotinha ali, ele inclina a cabeça em direção a pequena Lanneth,-Ficará ditando regras para cima de sua pessoa mesmo sem saber de onde você veio e coisas do tipo? então, mesmo caso.  

-De onde eu venho, temos o conhecimento da existência de outras raças e historias de outros mundos, porem, como eu disse, não passavam de simples historias de viajantes e comerciantes.

-Mas uma coisa, não me chame de gigante, chamo-me Oruk e tenho muito orgulho do nome que carrego, pois esse nome ja salvou a vida de diversos inocentes em varias vilas espalhadas pelos desertos de neve e gelo. Tambem não gosto quando me comparam com aquelas criaturas ridículas e brutais que se utilizam de tamanha força sem proposito. Bando de brutamontes sem destino.

Oruk abre sua mochila, retira um objeto enrolado em um tecido rustico. ele começa a desenrolar o tal objeto que se revela um pão com carne de cordeiro dentro. Enquanto ele faz isso, ele começa a devanear:

-Eu sabia, todos chamavam o lorde Colleron de louco, mas dava para sentir a sinceridade em suas palavras, suas historias de visitar outros mundos eram reais pelo visto.

-- E eu estou explicando o que acontece com os outros mundo que você está tão maravilhado... e se quer saber, não vi muita diferença entre mundos. -- Disse Abbadon decidindo ignorar os comentários estúpidos do guerreiro.

-- Vocês parecem os exteriótipos de suas culturas. Agem como quem busca se auto-afirmar. Tornando-se caricatos e engraçados... -- Rael novamente ameaçou sorrir.

-- Após isso sentou-se no que parecia ser a poltrona principal do ambiente esperando para observar o que todos fariam.

-- Mestre, espero que eles consigam, pois não me parecem um grupo muito coerente. -- Falou Bast.

- Sou obrigado a concordar com o lobo. O grupo de vocês é no mínimo bem excêntrico.

-- Particularmente não ligo muito para a tal missão, mas tenho que treinar e ganhar de volta minhas forças. Nada mais divertido do que enfrentar alguns obstáculos para passar o tempo. --Abbadon não estava feliz com a situação, mas nada a faria desistir da sua busca por poder para derrotar o concelho celestial que aparentemente havia se restituído... precisava falar com seu mestre.

Antes de falar, Abbadon ergueu o dedo do meio para o guerreiro, centelha é a puta que o pariu.

--Um dia talvez eu tenha saco para contar minha história, tudo que precisa saber por agora é que me chamo Abbadon, não concordava com as leis de minha terra natal e fiz parte da rebelião que libertou quem queria ser livre. Alguns poderosos não gostaram muito e vieram atrás de mim depois de muitos anos, e me jogaram aqui... Satisfeito? -- Ergueu uma sobrancelha para Oruk. Honestamente estava, de fato, de mau humor por conta do anjo maldito que a jogou aqui, em geral não sentia tantas emoções.

Lenneth ria contida. Olhava para Abaddon e parecia que via a si mesma, como num espelho de um tempo passado. Desde que chegara naquele lugar assustador, tudo que fizera fora enfrentar perigos e mais perigos. Agora, estava sentada tomando chá, descansando e rindo.

-- Parece que foi a eras atrás... -- Devaneou ela -- Como se olhasse num espelho do passado, senhor Ryoto. Difícil de acreditar que eu era nervosa assim... Senhor Rael, agradeço muito por sua hospitalidade, mas algo naquela elfa não me parecia correto. O que ela viera fazer aqui?

--Era? -- Disse Abbadon, achando graça, aparentemente o sorriso da nobrezinha era contagiante, e ela se sentiu sorrindo para a outra.

- A senhorita se subestima, falando desse jeito. Eu colocaria que a senhora teve de amadurecer bastante a sua personalidade de uns poucos anos pra cá. Houveram tantos acontecimentos...

-- Bem, vamos nos recolher? Já está tarde providenciarei roupas e boa cama para todos. Ao amanhecer daremos um funeral digno ao Varric, e eu lhes mostrarei o que sei sobre o ritual executado. Vai que isso dá alguma pista sobre o que procuram. -- Rael coloca em tom condescendente.

-- Eu mostrarei onde ficam os quartos para os hóspedes. Por gentileza me acompanhem. -- Bast que estava sentado levanta-se e começa a andar em direção a ma escada a esquerda.

- Melhor nos recolhermos mesmo.

Ryoto irá esperar qualquer solicitação de Lenneth. Caso ela não se pronuncie, ele seguirá o procedimento padrão: Ficar no quarto ao lado de Lenneth, trancar portas e janelas bem trancadas, meditar calmamente por cerca de 30~60 minutos e após isso, vai se deitar.

Abbadon se dirigiu para o seu quarto designado, trancou as portas e as verificou, para se certificar de que estava tudo seguro. Em seguida se deitou e dormiu.